Descrição
O autor propõe-nos uma leitura do surgimento do jornalismo no espaço lusófono radicado na grande, rica e cosmopolita Londres do primeiro quartel do século XIX e mostra-nos como esse “tribunal de opinião pública” simultaneamente atrai e projecta os indivíduos, os governos e o próprio Estado.
Os salões, os cafés, os clubs e as lojas maçónicas têm agora, nos jornais emergentes, um novo aliado na expressão das ideias e na liberdade da opinião num tempo de “sufocante silêncio de um Antigo Regime” português.
Cruzam-se nesta obra pessoas e profissões, cargos e políticas, boatos e financiamentos. Tudo para explicar como nasce uma profissão – o jornalismo – ancorada nas sociabilidades construídas em vivências e filiações.
Numa investigação das fontes escritas – realçamos 14 periódicos portugueses e 8 estrangeiros – o autor procura perceber como, num tempo de exílio, surge uma nova prática social que os portugueses abraçam orgulhosamente – o journalisme – enquanto acontecimento colectivo, desde a produção à leitura, e nomes como Hipólito José da Costa, José Liberato Freire de Carvalho, João Bernardo da Rocha Loureiro emergem como cidadãos-luz na comunidade lusófona londrina de oitocentos.