Descrição
“Nas cartas que Camilo escreveu e que aqui se reproduzem, Nos diários não destinados à vulgarização, e designadamente nas cartas familiares das grandes intelectualidades, melhormente nos pomos em contacto com elas. O escritor, o sábio, o artista, o homem de estudo ou de negócio – de ação, enfim, escrevendo de amigo para amigo, sem a coação de que enfermam princípios ou ideias preestabelecidas, sem o temor do vulgo ou da crítica, visto que o seu escrito se não destina a nenhuma classe de público, abre-se em confidências, dá e pede conselhos, formula opiniões sobre pessoas e coisas, encomia ou censura despreocupado os casos que mais gratos lhe sorriram ou pior lhe destoaram, revela faces imprevistas do seu carácter e do seu talento, faz à vontade, em mangas de camisa, como quem está em sua casa, a crítica dos acontecimentos. E assim Camilo; lendo a sua correspondência, sentimo-nos mais perto dele, por assim dizer sentados a seu lado, no silencioso gabinete de trabalho da morada burguesa de Seide.”
In Prefácio, de M. Cardoso Marta – coletor e editor das Cartas