Descrição
O nosso estudo centra-se na análise da evolução de um território situado a sul do distrito de Bragança. Analisámos os poderes da aristocracia e a sua relação com as comunidades pré-existentes. Durante a baixa Idade Média, esse território está ocupado por comunidades locais tuteladas pela aristocracia regional. Em simultâneo, o poder régio vai-se disseminando através da criação de novas comunidades sob a sua tutela. Essas novas comunidades, os concelhos, vão rodeando os senhorios aristocratas. No reinado de D. Dinis, o poder régio finalmente absorveu os senhorios existentes, primeiro reduzindo-os e depois integrando-os no seio das novas administrações que criou. Com este rei, uma nova tutela senhorial substitui a velha aristocracia. Agora, o seu poder e autoridade não emanam da tradição ou da linhagem, mas do rei. As comunidades locais vão se desenvolvendo e estruturando o governo local. A conjuntura política determinou uma mudança estrutural. O poder régio adota definitivamente a instalação dos senhorios donatários, como seus agentes. Um modelo feudal dependente da autoridade e política régia que coexiste com o modelo de autoridade local e concelhia. A terra pertence ao rei que a dá a quem lhe é fiel e obediente e lhe presta serviço, mas que não é alienada.